sábado, dezembro 28, 2002
Na quinta edição de The Filth, conhecemos Anders Klimaaks, uma estrela pornô com um talento único (e bizarro, é claro, pois estamos falando de Grant Morrison) e que é uma peça importante nos perversos planos de Tex Porneau, o "Orson Welles dos filmes pornôs" (!). Uma ótima edição, com um final que me fez recordar aquele clássico texto do Larry Niven "Man of steel, woman of kleenex". A continuação da história não decepciona, acrescentando uma reviravolta na vida já atribulada do agente Slade.
18:25
Novo blog na praça.
Leia os ótimos mini-contos - ou se preferir, mini-pesadelos - do Pequeno Dicionário de Arquétipos de Massa.
17:52
Livros para as férias:
Declare - o mais recente livro de Tim Powers.
A Síndrome de Quimera - livro nacional que há tempos estava na minha wish list.
Hombre - um western escrito por Elmore Leonard no início de carreira.
As incríveis aventuras de Kavalier e Clay - ganhador do Pulitzer de 2001.
17:45
sexta-feira, dezembro 27, 2002
Livros de 2002:
Dos quase 50 livros que li este ano, destaco - para o bem ou para o mal - os seguintes:
Intempol - iniciei 2002 com esta coleção de histórias do universo criado por Octávio Aragão, sobre uma patrulha do tempo com um tempero brasileiro. Só os contos Eu matei Paolo Rossi, A mortífera maldição da múmia e A vingança da ampulheta já valem o preço do livro. Mesmo com esses excelentes contos, alguns não me agradaram pelo mal aproveitamento da idéia, como Furacão Marilyn (ainda que a sua continuação Saviana o tenha redimido) e O homem que nunca existiu. Outra faceta interessante deste livro é que ele se desdobra em outros projetos, como um site e até mesmo um RPG (ainda a ser lançado) sob a grife GURPS. Excelente leitura que eu recomendo.
Count Zero - um cyberpunk puro de William Gibson e que, ouso dizer, é melhor do que Neuromancer. Com três interessantes personagens, Gibson tece uma trama eletrizante que mistura inteligências artificiais, vodu e misteriosas obras de arte. Uma história que permanece na mente muito tempo depois de você fechar o livro.
Homicide - A year on the killing streets - em matéria de livros de mistério, este ano foi bem diversificado: li histórias que envolviam desde um detetive hard boiled (Procura-se uma vítima de Ross Macdonald) até um detetive hard boiled gay (Fadeout de Joseph Hallen), passando por um ladrão que se mete em encrencas (O ladrão que achava que era Bogart de Lawrence Block), uma dupla de policiais negros (A travessura de Casper Holmes de Chester Himes), entre outros. Ainda assim, o título de melhor livro de mistério fica com um não-ficção. Escrito por David Simon, Homicide retrata a Baltimore do final dos anos 80, uma das cidades mais violentas dos EUA na época (salvo engano, ainda é, mas está fora do top ten) e o trabalho da divisão de homicídios da cidade. Simon domina muito bem a prosa para contar as histórias escabrosas e às vezes cômicas das vítimas e dos detetives responsáveis por solucionar os crimes, bem como a politicagem nos bastidores, a burocracia no alto escalão etc. Este mesmo livro inspirou a aclamada série de TV Homicide - Life on the street, que até o momento só passou no canal por assinatura USA .
**********
Em compensação, estes foram os livros que menos me agradaram...
So long and thanks for all the fish - este livro é o mais fraco da hilariante série Hitchhiker´s guide to the galaxy. Acho que consegui esboçar dois ou três sorrisos (e olhe lá). Douglas Adams perdeu a mão. Mesmo assim, ainda vou ler Mostly harmless - que encerra a série - e qualquer dia compro o The Salmon of Doubt, o trabalho póstumo de Adams.
O apanhador dos sonhos - juro que tentei não ser chato com o mais recente calhamaço de Stephen King, escrito durante a recuperação do seu acidente quase fatal. A história - uma mistura do filme Conta comigo (baseado num conto de King) com um episódio ruim de Arquivo X - até que começa bem, com personagens bem delineados (um deles, vítima de um atropelamento, é sem dúvida inspirado em King) e uma trama que envolve alienígenas. Mas depois a coisa desbanca para uma escatologia bobinha e um amontoado de clichês irritantes (com direito ao militar megalomaníaco apropriadamente batizado de Kurtz). Completa perda de tempo (e poderia ser pior, se eu tivesse comprado o livro ao invés de pegar na biblioteca)
13:03
|