quinta-feira, dezembro 19, 2002
Eu já tinha ouvido falar sobre John D. MacDonald, autor americano de livros policiais e criador de Travis McGee (um veterano de guerra que resolve casos difíceis) em uma série em que cada edição tem um título relacionado a uma determinada cor (assim como Sue Grafton usa letras na série de Kinsey Millhorne e Janet Evanovich números na de Stephanie Plum).
Mas o primeiro livro que encontrei dele, esta semana, não tinha McGee como personagem principal e sim um engenheiro que investiga a morte brutal de sua recém-esposa. Assassinato para a noiva (1951) é um thriller de primeira, com uma ótima trama bem amarrada e uma leve pitada de erotismo, que compensam um ou outro personagem raso. De qualquer maneira, é um livro curto e melhor do que qualquer Robert Ludlum.
23:32
Faz quase um ano que não jogo RPG, mas nem por isso deixei de comprar material para o jogo. Minha última aquisição (depois de uma looonga negociação com o vendedor) foi GURPS Cthulhupunk, de Chris McCubbin, lançado em 1995 pela Steve Jackson Games, com base no clássico RPG de terror Call of Cthulhu da Chaosium, Inc. que, por sua vez, tem como fonte o conhecido mito de Cthulhu criado por H. P. Lovecraft.
O livro, como se deduz pelo título, mescla o trabalho de Lovecraft com o gênero cyberpunk, combinando poderosos deuses alienígenas com computadores inteligentes. Começa com um capítulo esclarecendo a mitologia cthulhuna, manuscritos místicos (como o lendário Necronomicon), além de uma biografia de Lovecraft e uma linha do tempo. A seguir, descreve o mundo cyberpunk que pode ser utilizado como ambientação para o livro. Por motivos óbvios, o autor escolheu o cenário do GURPS Cyberworld, outro livro da Steve Jackson Games... É claro que isto não impede o leitor de usar qualquer outro cenário para o jogo.
(Curiosidade: em Cyberworld, os russos se unem aos japoneses e se tornam a maior potência mundial, enquanto os EUA são comandados por um presidente de extrema direita e o Brasil desistiu da floresta amazônica em troca de uma mesada mensal paga pelo resto do mundo :) E como isso já não bastasse, a Chilentina - fusão do Chile com Argentina - é outra superpotência!)
O capítulo seguinte sugere personagens para o jogo, do hacker ao mercenário, passando pelo místico e o erudito, bem como novas vantagens, desvantagens e perícias. O resto do livro descreve investigadores e cultistas nesse universo mesclado, sugestões de aventuras e terminando com um capítulo que permite a transferência de personagens do GURPS Cthulhupunk e do Call of Cthulhu.
O resultado dessa mescla é interessante e gostei, mas sou suspeito para falar, visto que sou um confesso admirador de histórias cyberpunk.
23:19
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