sábado, setembro 07, 2002
Curiosidade: para desenhar estes personagens, os desenhistas iatalianos "emprestam" rostos de atores do cinema. Assim, Nick Raider é a cara do Robert Mitchum quando jovem; Mágico Vento tem a fuça de Daniel Day-Lewis (influenciado pelo seu papel em "O último dos moicanos") e Dylan Dog é “irmão gêmeo” de Rupert Everett.
13:40
Fumaça nas bancas
No mês passado, a Mythos (re)lançou uma série de fumettis e acabei comprando a maioria.
Martin Mystèré já tinha sido publicado no Brasil em meados dos anos 80, pela RGE. Cheguei a comprar a edição nº 2 mas não lembro a razão pela qual parei de comprar. Martin é um arqueólogo que, junto com seu amigo pré-histórico Java, se envolve com mistérios do tipo Atlântida, pirâmides, “eram os deuses astronautas?”, conspirações, enfim, todo aquele tipo de lixo que impregna a cultura pop.
A primeira aventura desta nova versão é até legal, mostrando que o autor fez bem a sua lição de casa: somos expostos a vida dos ciganos, seus costumes, as lendas quanto a origem deste povo, etc. Até aí, tudo bem. Problema é que a história não teve um final que fizesse jus à trama que foi tecida desde o começo da edição, sem contar que a capa entrega a história. Além disso, o inimigo do herói é um cara que atende pelo nome de uma marca de vodka - Orloff - e que anda com um capacete/tapa-olho de couro e uma arma de raios no lugar da mão...
Creio que agora lembro porque não continuei a comprar a revista anos atrás...
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Ainda que um pouco decepcionado com Martin Mystèré, me arrisquei a comprar Nick Raider - Divisão de Homicídios. A principal razão foi que o desenhista era o Ivo Milazzo, o mesmo do fantástico Ken Parker. A segunda era que adoro histórias policiais e a introdução da revista dizia que o autor (esqueci o nome do carcamano) usava técnicas de police procedural para escrever a trama, mostrando os casos de Raider e a equipe de Homicídios de Nova York.
A história é legal e Milazzo é um ótimo artista, sem dúvida, mesmo fora do ambiente do faroeste. Cumpriu sua função de me divertir, ainda que eu tenha visto pouco do prometido police procedural. Afinal, não se conhece muitos policiais que investiguem crimes usando um carro esporte (a não ser o Magnum da TV ou algum policial brasileiro...).
Entusiasmado, passei para Mágico Vento. É um western, onde um homem branco perde a memória e torna-se o xamã de uma tribo, tendo visões do futuro. Tem um toque de sobrenatural que gostei e que promete muito. Além disso, é desenhada por Ortiz. Das novas revistas, era a única inédita no Brasil, prometida anos trás.
Só não comprei Mister No, que pelo que sei, conta as aventuras de um piloto nas Amazônia. Não me entusiasmou mesmo.
O ponto positivo destas histórias é que todas começam e terminam na mesma edição. O negativo é, além daquele papel vagabundo, o preço de R$ 4,90...
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Além destas revistas, a Mythos agora é detentora de Dylan Dog, que continua mais surreal do que nunca com suas histórias de terror/suspense. Pena que esta edição lançada era colorida no original, o que prejudicou a digitalização na versão brasileira.
13:16
segunda-feira, setembro 02, 2002
Neste final de semana consegui ler League of Extraordinary Gentlemen, volume 2, #1. Alan Moore e Kevin O´Neill continuam fantásticos, ainda que nossos heróis (Mina Murray, Allan Quatermain, Capitão Nemo, Dr. Jekyll e Homem Invísivel) só apareceram no final e que um terço dos diálogos seja escrito em língua marciana (!!!).
É bom lembrar que esta edição continua no espírito das anteriores, ou seja, divertimento honesto sem compromisso. Por isso, nada de esperar um novo Watchmen, ainda que a primeira página lembre a abertura daquela obra-prima.
Mas a semelhança acaba por aí, pois em seguida O´Neill mostra as belas paisagens marcianas e seus habitantes, todos retirados de vários livros de aventuras. Este, na verdade, é o único problema desta edição: tais referências literárias não são muito conhecidas por aqui no Brasil - eu só reconheci vagamente John Carter de Marte, personagem criado por Edgar Rice Burroughs, o mesmo de Tarzan - ao contrário das do volume 1, onde pelo menos alguém já viu/leu algo sobre Drácula, as minas do rei Salomão, etc. alguma vez na vida. Para o resto, tive que usar as anotações de Jess Nevins, um cara que adora pesquisar estas obscuridades vitorianas e a quem o próprio Moore já parabenizou.
Da mesma forma que o primeiro volume, este também tenta criar aquele ar de revista juvenil do fins do século XIX/começo do século XX, com propagandas e um "The New Traveller´s Almanac", uma espécie de guia de locais misteriosos ao redor do mundo, onde Moore mais uma vez mistura referências de vários livros (para o desespero de Nevins) e dá um toque mórbido ao destino de Alice, aquela garotinha que caiu num buraco nas proximidades de Oxford quando perseguia um coelho...
Uma edição divertida, como as do volume anterior, que eu recomendo.
19:42
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